Capítulo 36

A voz grave soou como uma brisa fria, invadindo os ouvidos dela e fazendo–a estremecer, quase pulando da cadeira.

“Martins… Sr. Martins, quando você chegou?”

Era um homem alto e forte, que caminhava tão silenciosamente quanto… um fantasma!

Felipe estendeu a mão grande e cobriu a cabeça dela, “Você desenha bem.”

Era criativa, toda a sua astúcia estava canalizada em sonhos vividos.

Ângela Alves tomou isso como um elogio; afinal, ela vinha da melhor faculdade de belas artes do país e só por isso fora contratada de forma excecional pelo RH.

“Sr. Martins, o que traz você aqui tão tarde?”

Felipe serviu–se um copo d’água.

Ele geralmente gostava de estar sozinho; após o trabalho, voltava para sua mansão para desfrutar da quietude.

Naquela noite, sentiu–se de repente entediado, dirigiu sem rumo pelas ruas e acabou ali.

Bebeu um gole de água, mantendo sua expressão fria, “É o meu lugar, venho quando quero.”

Que cara!

ficou sem palavras. Ela era uma pessoa viva, não o ar que ele

fique à

para continuar desenhando, agora um coelhinho.

testa. Que tipo de coelho era esse, com uma pata mecânica?

o coelho tem uma pata

Os artistas são assim, desenham o que lhes vem à mente.” Angela Alves

Felipe levantou uma sobrancelha intrigado, “E esse

tensão inexplicável, como se estivesse

aproximando–se dela passo a passo, tocando o queixo. “Por que me

arrastando o pincel

1/2

14:03

Que olhar aguçado!

podia reconhecê–la

é a atmosfera da cena,

se curvaram em um sorriso

queria ver até onde ela inventaria

significado profundo, apenas

matiz de escárnio, e Angela Alves, acostumada com suas ironias,

designer. Sem fantasia, de

quanto ela se perdesse em devanelos, jamais teria algo a ver

The Novel will be updated daily. Come back and continue reading tomorrow, everyone!

Comments ()

0/255