\Capítulo 33

Olivia sentia um aperto no peito, como se um tufo de algodão se alojasse em sua garganta, sufocando–a e roubando–lhe o fôlego.

Ela sempre contara para seus filhos a história de que não tinham um pai. Eram frutos apenas dela, ou pelo menos era o que ela pensava. Imaginava que os pequenos ainda não compreendiam completamente essas questões, acreditando em qualquer coisa que ela dissesse.

Nunca passou pela sua mente que eles, no fundo, sentiam falta do pai, que tinham se organizado secretamente para ir atrás dele. Essa devia ser a razão da visita ao Grupo Griera.

Olivia não conseguia culpá–los, tampouco tinha coragem de fazer isso.

Era sua culpa, sua falha, que seus quatro tesouros crescessem sem o amor de um pai.

Contudo, ao lembrar–se do homem que, cinco anos atrás, apareceu do nada e a forçou, a raiva e o rancor a consumiam.

as contas com aquele sujeito, mas onde poderia encontrá–lo?

Heitor e Joel. Heitor possuía os mesmos olhos e expressão, enquanto

do Grupo Griera, frequentador de lugares sofisticados, não era

homem havia caído de um helicóptero, ferido. Olivia suspeitava que ele fosse um criminoso ou um militar. Daniel era um empresário, não poderia ter caído do céu ferido em combate. A semelhança entre Heitor, Joel e

seu olhar esperançoso, disse: “Joel, Daniel não é o pai de vocês. A mamãe também não sabe quem é o pai de vocês, mas

a cair de seus olhos escuros como Ônix, escondendo

era o pai deles. Que tristeza.

então se manteve firme, sentiu seus olhos arderem e as lágrimas se acumularem ao Ouvir que Daniel não era o pai

as

sempre compreensivo e raramente chorava,

para a aventura e

desabou. Quando Olivia viu Heitor chorar, levou um susto e perguntou com cuidado: “Heitor, o que houve?”

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