Sentindo uma dor aguda em seu corpo, Anne Vallois gradualmente ganhou consciência. Quando abriu os olhos, viu um homem de cabelos pretos e grossos, ao lado da cama. A jovem tomou um susto tão grande que quase gritou, mas rapidamente cobriu a boca. Conforme ganhava consciência, sua memória recuperava os acontecimentos da noite anterior, mas, quando se lembrou dos detalhes, teve vontade de bater em si mesma.

Depois de descobrir que seu namorado a traíra, ela foi para um bar, querendo afogar as mágoas, bebeu demais e acabou naquela situação.

A jovem não se atreveu a lembrar muito, nem teve coragem de olhar para o rosto do homem. Apenas saiu da cama, desajeitadamente, e pegou as roupas do chão, com vergonha, antes de sair correndo, sem olhar para trás.

Três anos depois, em um voo de volta para casa, Anne passava o tempo vendo alguns vídeos salvos em seu celular. As imagens, guardadas com segurança em seu telefone, retratavam crianças, desde o nascimento até os dois anos de idade.

― Mamãe! ―

― Mamãe! ―

― Mamãe! ―

Ouvir seus filhos chamando, com vozes infantis e olhar para seus rostos redondos e belos a manteve sorrindo, fazendo seu coração derreter.

Anne engravidou após a noite de amor com o desconhecido, na suíte presidencial, na mesma noite em que descobriu que seu namorado a traía, quando ainda era uma estudante universitária.

Algumas semanas depois, quando entendeu o que acontecia em seu corpo, sem pensar duas vezes, a jovem correu para o hospital para fazer um aborto, mas ficou em dúvida quando o médico disse que eram trigêmeos. Apenas, quando já estava na sala de cirurgia, tomou uma decisão que mudaria sua vida inteira e fugiu, enquanto preparavam os anestésicos.

Olhando para o adorável trio, composto por dois meninos e uma menina, ficou feliz por não ter interrompido a gravidez. Isso a acalmou de sua ansiedade e medo de voltar para casa.

Há quanto tempo ela estava fora? Quatro, cinco ou seis anos? A verdade é que, se pudesse, ela nunca mais voltaria.

No entanto, sua tia, Sarah, sempre fora legal com Anne e a jovem sentia que precisava compensar isso de alguma forma, por isso, quando Sarah e seu tio Ron manifestaram o desejo de que ela comparecesse à festa de aniversário de Ron, ela decidiu que deveria ir. Afinal, eles sentiam muitas saudades e não se viam há muito tempo. O problema é que Luton trazia muitas memórias ruins.

Por isso, ela planejava deixar a cidade assim que a festa acabasse.

Quando entrou no vistoso e luxuoso salão de bailes do hotel, Anne usava um vestido branco e um par de saltos altos. A decoração era grandiosa e o som das conversas enchia o ar, disputando com a música animada.

Sem reconhecer nenhum rosto, Anne estava perdida.

― Anne? ―

tia, que a chamava à distância. Ela caminhou animada em direção ao rosto conhecido, dizendo, enquanto

― Tia! ―

estava parado ao lado de Sarah e algumas lembranças

― Tio… ―

volta. Já faz tanto tempo ― disse

com os olhos cheios

voltou! Senti sua falta. Por que

faleceu, seu pai nunca cuidou dela. Foi sua tia quem a acolheu e cuidou, o melhor que pôde, quando Anne começou a frequentar a escola secundária. Anne seria eternamente

Deixe-me dar uma olhada em você ― Sarah soltou Anne e olhou para ela, da cabeça aos pés. Surpresa, a mulher disse ― minha Anne é tão linda. Desde o momento em que você entrou, todos

em você também, Sarah! ―

pois estava muito satisfeita com Anne ― Agora que você

filhos que tinha deixado na Europa e disse:

envolver

por uma comoção, na entrada do salão. Homens robustos entravam, se postando, em sentido, um em cada lado da porta. Eles assumiram o

entrou. Ele vestia um terno escuro e emitia uma aura poderosa. Mesmo com os olhares voltados para si, parecia confiante e tranquilo.

um rosto bonito, mas sério,

― Ron gritou,

ficar dormente. Ela não sentia mais a presença das pessoas ao seu redor, enquanto pedaços dispersos de suas

homem da Suíte Presidencial… Seus filhos ficando cada vez mais parecidos com o pai, à medida que envelheciam…

se esforçado tanto para enterrar, durante a

como ele poderia ser o homem daquela noite? Como poderia ser

sua direção, andando com

você voltou? ― Ron não esperava que o filho biológico que havia brigado com ele, aparecesse, na festa de seu

lado, ficou rígida e parecia tentar controlar o pânico. Afinal, ela sempre tinha sentido

pitada de raiva. Seu olhar afiado moveu-se para o rosto de Anne e a jovem olhou para baixo com o rosto pálido, sentindo arrepios na espinha, como se fosse uma

não! Sarah e eu estamos encantados em vê-lo. Que coincidência! Anne também voltou!

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