Anne sentiu calafrios por todo o corpo e ficou, por alguns segundos, sem saber o que dizer para a tia, que acabou desconfiando do assunto:

― Querida… Por que você está perguntando sobre isso? ―

Anne tentou controlar a voz, ao máximo, tentando impedir que soasse trêmula, quando respondeu:

― Não tem nenhum motivo. Só curiosidade… ―

― Ah, tudo bem. E você já sabe quando vem? Eu quero cozinhar para você! ―

― Infelizmente, não tão cedo. Descobri que temos bastante coisa para fazer por aqui, mas eu ligo para você quando sair daqui. ―

― Tudo bem, estou esperando por você. ―

Depois de desligar, Anne empalideceu ao sentar-se apática, no assento do vaso sanitário.

Ela sabia que Anthony era rico, mas não esperava que ele tivesse tanto poder em Luton. Entretanto, mesmo assim, ela ainda teria que fugir, por mais difícil que parecesse e, uma vez que escapasse de Luton, Anthony nunca a encontraria.

Ela poderia pedir a sua tia que levasse seu passaporte para o aeroporto, assim que fugisse da Mansão Real e da Curva. Mas, o maior problema era ‘como’.

Dois dias depois, durante o jantar, Anne sentou-se à mesa e olhou para os pratos.

Ela deu uma mordida no pão, pegou a salada e deu uma fungada. O vago aroma de frutos do mar a fez sentir medo. Sua mão estava tremendo. No entanto, ela pensou em tudo o que tinha conversado com Sarah, alguns minutos atrás, e forçou a comida para dentro da boca, mastigou e engoliu.

A criada, que estava por perto, a viu comendo e pensou consigo mesma “Ela finalmente está cedendo!” E, rapidamente saiu do refeitório. Quando encontrou o mordomo, exclamou, empolgada:

― Hayden, a Senhorita Vallois está comendo a salada! ―

Hayden olhou para a empregada com uma expressão séria e acenou com a cabeça. Então, pediu que a criada continuasse de olho em Anne, enquanto pegava o telefone, para fazer uma ligação.

― Senhor Marwood, ela está comendo a salada. ―

andar mais alto do arranha-céu, Anthony sentava em uma cadeira preta, com o telefone no ouvido. Seus olhos escuros eram penetrantes como os

Ela já teve alguma

Eu não… ―

um som

chão, Anne tossia vigorosamente e era possível ver as erupções vermelhas que apareciam em seu pescoço e nos

Sim, ela está com alergia ― o mordomo

sorriu, com frieza,

Leve-a para o hospital.

Sim, senhor.

viu que o carro estava em movimento, seus olhos, mesmo

pescoço. Ela franziu a testa, enquanto o suor escorria por seu pescoço. A jovem sabia que estava perto da morte. Mas, mesmo assim, um

de lutar contra os sintomas, antes mesmo de chegar ao hospital, ela já tinha desmaiado e foi enviada direto

Brown, a médica-chefe, viu Anne, ficou chocada. Era a reação alérgica mais grave que tinha visto. Anne teria morrido se tivesse chegado

de Anthony, a doutora começou a tratar Anne,

estava silencioso. O ar carregava uma pitada de estranheza, como se soubesse que algo sinistro

porta da ala particular se abriu, silenciosamente, e uma sombra negra se aproximou da cama de Anne. Mais cedo, a respiração da jovem tinha estabilizado e a máscara de oxigênio havia sido removida.

das mãos em ambos os lados da cabeça da jovem, como um monstro,

Você gostou? ― Sua voz era baixa e fria.

estava com os olhos

pena que perdi seu olhar de agonia. No entanto, terei outras chances, no futuro ― sua voz sinistra

consciência e, quando se virou, viu a janela de vidro iluminada pelo sol.

teve dúvidas de onde estava. Por isso, soltou um suspiro de

o rosto com os dedos, sentiu as erupções mais profundas, que ainda não tinham sumido.

entrou.

erupções desaparecerão, após dois dias

uma expressão neutra e, constrangida, a mulher

E a médica particular do Senhor Marwood. Me chamo Kathryn Brown. ―

esperava. Entretanto, Kathryn também estava curiosa sobre Anne. Era a primeira vez que Anthony pedia

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